Nada importa mais. Nem os momentos felizes, os melhores dias, as risadas
perdidas. Eu não quero saber mais das suas mudanças, os seus silêncios,
a falta de porquês e de quandos. Eu percebi como funciona isso; você
perde uma pessoa pra ganhar outra. Até que uma hora ganhar fica muito
pior do que perder e você quer sair disso. Mas não consegue. Eu não
quero mais suas mágoas, seus shorts entupidos de areia, suas lembranças
encardidas de um carnaval esgotado. Eu não quero o seu chinelo preto com
flor brilhante, não quero a sua boca pequena e muito menos o seu cabelo
cacheado. Eu não quero nada seu porque você faz questão de mostrar que
só pode colocar um peso na gangorra e quem sempre cai sou eu. Fica aí
com os seus novos caminhos, novos amores, novas perspectivas. Eu não
ligo pras suas falácias, as suas psicologias e o seu momento de
exatidão. Eu me desmancho e você nem vê, nem quer. Diz que é pra fazer
alarde. Eu não quero fazer alarde, eu não quero entrar em estado de
emergência porque essa é a única coisa que não pode me salvar. E é isso.
Isso que eu preciso: salvação. Porque contar carneiros na noite de
insônia sozinha não é fácil. Mas eu tenho feito isso até hoje. Calada.
Indo dormir de madrugada porque os pensamentos comem todos os meus
sonhos. E aqui não existe espaço pra até logo. Não, tudo vem na base do
nunca mais. Mesmo que o nunca nem sempre signifique nunca e que o sempre
seja nunca também. Mas nada vai mudar, não aqui dentro de mim. Eu
continuo a mesma idiota esperando que as pessoas mudem. Elas não mudam a
menos que elas queiram. Elas nunca querem. A sua timidez nunca foi
desculpa pros seus erros. Agora o seu jeito extrovertido também não vai
ser uma deixa pra sair da minha vida de fininho. Vá. E não volte. Porque
eu já não sei mais lidar com excessos. E a falta agora é o meu prato
cheio. Eu soube que o seu olhar era de mentira quando você disse que
tudo estava perfeito. Você nunca acreditou na perfeição.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário